Daqui, Sente o que Vês – Querença

Esta curta metragem performativa multidisciplinar, trabalha os conceitos de conexão e desconexão com o todo, com a natureza, com o nosso lado mais divino e como seres humanos.

Em constante diálogo com o trabalho da coreógrafa Inês Mestrinho que trabalhou com os nossos pequenos bailarinos, foi criado um guião de momentos e sequências que conta uma história entre o ligar e o desligar, entre nós e a natureza. (continuar a ler)

Ana Medeira (realizadora)

Seguindo as diretrizes que me foram apresentadas, parecia-me claro que o início do meu trabalho teria que ser no Percurso Eco-Botânico Manuel Gomes Guerreiro, onde registei vários áudios em todo o seu percurso: pássaros a chilrear, o som do vento nas folhas de uma alfarrobeira, a água a escorrer da fonte, uma mosca que inadvertidamente passa em frente ao microfone, entre outros.  A partir desta “coleção de sons”, naturais, sem filtros, criei 5 atos, que se intercalam entre a conexão com o espaço e a desconexão do mesmo. Para esse efeito, criei ambientes de tensão sintetizados e apliquei filtros para poder oscilar entre esses estados: os momentos de conexão evoluem num crescendo para um clímax que antevê o próximo período de desconexão. As cadências/loops ritmados feitos por um (homem num) computador sempre serão mais redutoras que toda a dinâmica do som da natureza. Mas a água – que é vida – devolve-nos à essência do lugar.

Miguel Neto  (Música e Sonoplastia)

Realização, operação de câmara e edição:
Ana Medeira

Música e Sonoplastia: Miguel Neto

Coreografia: Inês Mestrinho

Bailarinos: Alunos da EB1/JI de Querença

Figurinos: Filipe Correia

Operação de drone: Carlos Neto

Fotografia de cena: Eurico Brito

Agradecimentos:

Professora Fernanda Guerreiro

Educadora Sara Piedade

Intérpretes:
Maya Oosten, Ivo Rocha, Salvador Santos, Maria Clara Mealha, Gabriel Mourinho, Tomás Guerreiro, Chloé Couto, Leandro Martins, Ruben Smith, Clara Brito, Tomás korolyov, Afonso Gonçalves, Rafaël Pedro, Serena Santos, Áurea Santos, Diana Guiomar, Leonor Dias, Ary Brito, Eduardo Prazeres, Gabriela Marcão, Leo Marissal, Petra Perdigão, Rita Correia, Sahara Brito, Miriam Martins.

Ana Medeira

Ana Medeira fez várias formações: Passou por arquitectura, belas artes, vidro, cerâmica e vídeo. Desde 2006 que se dedica profissionalmente à realização de conteúdos multimédia. Entre muitos trabalhos, se destacam: em 2001 - "Vídeo Poesia Visual”, Exposição colectiva no Centre de Cultura Contemporânea de Barcelona. Em 2002, a Mostra Internacional de Films de Dones Cinemas Verdi, Barcelona. Em 2003 “Oporto`s route in Bristol”, Dialogue A season of contemporary art works on Bristol Dockside, Bristol. Em 2005 realizou o documentário "Tabanca", em Barcelona. Em 2009 realizou o documentário “Rostos e Gestos para a Inclusão”. Em 2011 realizou o documentário “Tesouro Algarvio”. Em 2013, foi realizadora dos programas “ Produtos da Terra”. Em 2015, realizou os programas “ Alentejo é Pão e Doce”. Em 2017, foi a realizadora do documentário, “José Mendes Bota. Uma Vida de Causas”. Em 2020 realizou a vídeo performance “7 Ventos”. Em 2021 foi a realizadora de uma série de documentários, sobre empresas apoiadas pelo Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e ao Emprego, SI2E para a Associação In Loco e para a CCDR. E entre 2021 e 2022 fez tarde do projeto “Daqui, Sente o Que Vês”, como realizadora do “Cosmos Micro”.

Inês Mestrinho

Bióloga marinha, dança terapeuta, professora de dança e coreógrafa. Criadora e intérprete de espetáculos pluridisciplinares, tem desenvolvido um papel igualmente importante nas áreas da arte na comunidade e na educação. Licenciada em Biologia Marinha e em dança movimento terapia (escola Sarabanda - Milão), estudou paralelamente teatro, música e dança clássica e contemporânea. Realizou formação em arte educação e intervenção social. Participou em intercâmbios nacionais e internacionais na área das artes de rua e de palco bem como em festivais de artes e performance em várias cidades europeias. Concluiu o Curso de arte na comunidade (improvisação e composição em dança, narração oral, corpo e voz, dança criativa e contemporânea), tendo entre os formadores Ludger Lamers, Madalena Wallenstein, Marion Gough,... e um estágio intensivo de dança contemporânea, jazz e criação coreográfica na Trinity Laban School (Londres). Organizou e frequentou dois anos de formação como bailarina de dança contemporânea (movimento amálgama). O seu trabalho destaca-se pela envolvência comunitária e social das suas criações, pela dimensão educativa que sempre privilegia e pela sua forte ligação à natureza e questões ambientais. Os seus principais objetivos são a criação de metodologias de trabalho próprias nas áreas da dança criativa e contemporânea e na criação de espetáculos e performances originais, bem como na educação/evolução social e humana através da arte.

Miguel Neto

Músico,sound designer, artista digital, DJ e curador/produtor de eventos, tem um Mestrado em Artes Digitais (UPF, Barcelona). Trabalha de forma multidisciplinar, partindo sempre da experiência sónica. Desde 2010 é o lado sonoro do projeto Boris Chimp 504, com o qual tem apresentado instalações interativas e espectáculos audiovisuais em certames de arte digital um pouco por toda a Europa. Desde 2013 é o autor do projeto dedicado à música em vinil, Discossauro, e entre 2015 e 2019 foi o responsável por organizar sessões de música exploratória na cidade de Faro. Mais recentemente (2020) voltou aos palcos como ator com o espetáculo para bebés que junta música eletrónica e teatro, ‘O meu amigo robô’, numa co-produção d'A Fera e Teatro das Figuras.